quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Laura



É tão simples amar.



- Oi princesinha! - Disse seu pai a Laura.

- Papai, eu não sou princesa - Retrucou Laura com a voz embargada, pois queria chorar.

- Por que está dizendo isso? Você é minha princesinha sim! A princesa mais linda pra mim! 

- Não sou princesa! A tia da escola disse que os reis, rainhas, príncipes e princesas não existem! Que só existem na Inglaterra!

O que poderia um pai responder agora? Dizer que era verdade? Otávio não gostava de mentir, mesmo que fosse uma mentirinha boba. Decidiu, então, insistir em dizer você é uma princesa, já que não pensara em nenhum argumento.

- Mas, sou uma princesa de qual reino? A tia disse que não existe reino.

- Existe sim, querida! - Respondeu seu pai, quando havia lembrado de que conhecia um. Sempre quis falar sobre esse reino com sua filha, mas ela era tão nova e não iria compreender. 

- Fala sobre ele, então, papai! Sobre o reino, sobre o Rei.... Ele é bonito? 

- Calma, Laura! Senta aí, sapequinha! Vou contar sobre esse reino do qual você é a princesa! Quer dizer... Uma das princesas!

- Tem outras princesas? -  Laura estava entusiasmada.

- Tem sim, Laura! Então, vou começar falando sobre o rei: Ele é um tanto estranho.

- Estranho... Por que, estranho?

- Porque ele governa de maneira diferente. No seu Reino às vezes é preciso cegar pra enxergar.  

- Hã? Como, papai? Os cegos enxergam mais que os que já conseguem exergar?

- Ás vezes, quando muito se vê, muito quer controlar. E o Rei deste reino quer ter o controle de tudo, principalmente de nossas vidas! E sabe o que é mais estranho? Ele não impõe esse controle! Ele só controla sua vida se você quiser!

- Puxa.. Eu tenho duas perguntas: O que é "impõe"? E por que ele quer ter o controle da vida das pessoas?

Seu pai riu. Laura sempre questionava o porquê de tudo.

- Filha, impor é o mesmo que obrigar. E quanto ao rei, ele gosta de estar no controle da vida das pessoas, porque Ele quer o bem das pessoas, e porque ele conhece muito bem todas as pessoas, mesmo que as pessoas não o conheçam muito bem. Logo, ele sabe o que é melhor pra mim, pra você, pra sua mãe... E também ele é muito sábio e inteligente.

Os olhos de Laura brilhavam. Queria conhecer esse sábio Rei, ainda mais porque ela era princesa do reino dEle.

- Pai! Fala mais!

- No reino dEle, o rico nem sempre é rico, o pobre nem sempre é o pobre, o maior é o menor, e o menor é o maior. O que perde ganha, o que ganha perde, aquele que dá recebe...

- E lá as pessoas se amam muito? E onde fica lá? Como eu vou pra lá? - interrompeu Laura .

- Eita! - Gargalhou seu pai - uma pergunta de cada vez, senão papai se perde! Bem, lá as pessoas se amam muito, muito mesmo. O amor é uma das coisas mais importantes de lá! E quanto as outras duas...

Laura o interrompeu outra vez: 

- Papai, deixa pra lá. Eu já sei a resposta pra essas duas perguntas.

- Qual? - Disse seu pai surpreso.

- O Reino fica onde está o amor.Então, eu já estou nele. É aqui papai! 

Otávio deu um suave sorriso, pegou sua filha pelos braços e com uma lágrima prestes a descer de seus olhos a abraçou.

- Que foi, papai? Por que está chorando?

- Porque você, minha filha, é a maior por aqui.

- Mas eu só tenho sete anos, o senhor é o maior daqui!

Laura balançou seu pai, e instantaneamente ele acordou de suas lembranças.

- Pai, no que estava pensando? Estou perguntando se o senhor pode me levar pra casa da minha prima hoje e o senhor não me responde! Hoje é sábado, aniversário dela, lembra?

- Ai, minha filha, desculpe! Estava lembrando de quando você era pequena... 

- E o que lembrou?

- Lembrei das perguntas que você me fazia e que faz até hoje. Você sempre foi muito questionadora.

Laura riu anuindo com a cabeça. Seu pai, logo em seguida a abraçou e disse:

- Te amo, filha.

Laura admirava muito seu pai, principalmente, porque  dava muito carinho e correção. E aquele era mais um momento carinhoso, porém não entendera exatamente o que estava acontencendo e o porquê daquele abraço inesperado. Decidiu, então, corresponder àquele momento:

- Eu também, pai!


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Pondo em questão.

O que há de errado em não casar?
O que há de errado em não namorar?
O que há de errado em chorar?
O que há de errado em se calar?

O que há de errado em não perceber?  
O que há de errado em não fazer?
O que há de errado em esquecer?
O que há de errado em escrever?

O que há de errado em não se igualar?
O que há de errado em se entristecer?
O que há de errado em enrrolar?
O que há de errado em não conseguir ser?

O que há de errado em querer ser?
O que há de errado em querer se esconder?
O que há de errado em querer esperar?
O que há de errado em querer inventar/criar?

O que há de errado em desejar
Aquilo que não se pode ter?
O que há de errado em questionar
O que não se pode entender?

O que tem de errado em sonhar coisas estranhas?
O que tem de errado em ser estranha?

O que há de errado em mim!?!
O que há de errado em mim?
O que há de errado em mim...

terça-feira, 20 de dezembro de 2011



De uma triste alma. :(



Hoje eu choro por não chorar por aqueles que realmente precisam. Choro por perder tempo (comigo), enquanto muitos precisam de uma "mínima" oração de ao menos 3 minutos. Eu choro por ser tão injusta, por julgar mal os outros e a mim. Choro por não ver o que deveria ver. 

E em meio a essa lama rasgo o ódio que tenho de mim - pois sei que esse não é um bom sentimento - por isso, aprendi a ter apenas raiva. Tudo isso por preguiça talvez. Por medo talvez. Por hipocrisia talvez. Por tolices talvez.

Hoje eu choro por esses "talvez". Eles camuflam o que realmente é. Erro e errei não talvez por isso tudo. Erro e errei por tudo isso: preguiça, medo, hipocrisia e tolices.

(É melhor eu parar por aqui...)


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011


Um novo eu.

Encontrar em si um alguém escondido nas profundezas de outros “sis” é perigoso e não é fácil. Estar pronto para isso dependerá muito de mim. Mas, sinto que está na hora de embarcar nesta aventura. Então, pegarei meu barco e navegarei pelos meus mares. E se eu naufragar? Nadarei para o recomeço.

E sei que não será vão, porque esse alguém já existe, está pronto e me esperando encontrá-lo. Precisarei ser rápido antes que ele envelheça e morra, antes que perca a fé. Por isso, para não perder mais tempo correrei. Correrei em direção a uma terra desconhecida, terra que tem solo fértil e frutos maduros. Terra pronta onde esse alguém está apenas me esperando para apresentá-lo aos outros e fazê-lo trabalhar.

sábado, 3 de dezembro de 2011

                     Que roubem meus textos
                     (Nem são tão bons assim).
                     Que roubem tudo de mim
                     E me deixem em paz com minhas fantasias e criações.

 
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