sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Paixão (ir)real



Estava lembrando aquele tempo em que eu te via bonito e singular. Meus olhos se perdiam em uma esperança. Meu coração estava certo de você: foi difícil esse momento, mas ele acabou admitindo esta certeza.
Naquela época eu era uma criança, por isso acredito que tenha sido bom ter sentido todos aquelas coisas que eu não conhecia. Está bem, eu não era tão criança assim, mas era mais que hoje.
“Engraçado” foi como as coisas acabaram ocorrendo: via você no meu herói preferido, via você no meu ator favorito, nos personagens mais incríveis de livros, nos atores mais lindos dos filmes. Via você em tudo que eu gostava, e mais, transformei você nisso tudo.
Essas coisas que disse ser “engraçado” estavam presentes no meu dia a dia. Já não era engraçado nem triste. Era um preto e branco que eu tentava colorir. Em vão, mas tentava. Nesta história a dois, apenas eu tentava (na minha cabeça).
Será mesmo que existia história a dois? Ou era história a um? Por que tentar escrever uma história a dois, se a história só foi escrita e vivida por um? Eu era esse um. E sabia que era, mas mesmo assim quis continuar escrevendo. Tolices.
Um fato foi o responsável por me fazer descobrir quem era você. Descobri! Descobri! Descobri que me apaixonei e logo em seguida pasmei: Eu era uma pessoa apaixonada por outra que não era você. Ele tinha sua aparência, mas não tinha seu verdadeiro eu... Eu nunca o conheci.
Na verdade, por todo aquele tempo, apaixonei-me por um personagem, por uma ficção.

 
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