O que corresponde um ano? Mais do que 365 dias, um ano
corresponde às experiências. Choros. Risos. Discordâncias. Felicidade. Desesperanças.
Esperanças. Decepções. Planos. Confusões. Erros. Acertos. Amadurecimento.
Convicções. Novas convicções. Dor. Prazer. Medo. Coragem. Prosperidade. Aventuras,
venturas e desventuras. Um ano corresponde à fusão de tudo isso, e mais: corresponde
a um complemento e suplemento dos acontecimentos remotos ou nem tão distantes
assim.
Tudo isso, envolve pessoas, cujas capacidades são grandiosas,
como a capacidade de alterar-nos parcialmente, ou até mesmo tornar tudo novo em
nós. Como mudar nossas convicções e tornar-nos mais convictos daquilo que temos
por verdade. Como furtar o nosso melhor e, por sorte, devolver-nos as que possuem
caráter (pois se arrependem e devolvem-nos nossas preciosidades, os bons
sentimentos).
Por isso, um ano corresponde às pessoas. Pessoas marcadas
que marcam nossas vidas, tanto com feridas que deixam cicatrizes, quanto com
marcas de um beijo, um abraçado apertado ou uma palavra salutar. Corresponde às
pessoas predadoras que tentam nos caçar e perseguir, e também, às pessoas que matam as predadoras. Um ano corresponde à infidelidade
e fidelidade, então lembremos o seguinte: Onde há o que fere, há o que ajuda a sarar
a ferida.
Um ano também corresponde às decisões. A cada dia, decidimos
o que são pessoas, que livro leremos, se leremos algo, se queremos alguém perto
de nós. Decidimos determinar quem é aquela pessoa específica, que comida iremos
comer. Decidimos se queremos permanecer naquela profissão ou não, se beijamos,
falamos, abraçamos, ou não; se mudamos, se iremos querer nos deixar mudar por
pessoas e circunstâncias, ou, simplesmente, decidimos permanecermos como
estamos. Decidimos o que é mal e o que é bom.
Por fim, um ano corresponde ao que queremos. Se quisermos um
ano feliz, destaquemos em nossa memória os bons momentos (as boas pessoas), e façamos
dos ruins momentos uma ferramenta para que possamos retirar algo bom, o aprendizado.
Já se quisermos um ano triste, devemos apenas desistir de tudo.
E quanto a mim, quero um ano baú, para guardar todas as
pessoas boas que me alteraram positivamente, e das más retirar apenas as
experiências que com elas vivi e guardá-las. Não quero um ano ao lado de
pessoas completivas, mas, quero um ano ao lado de pessoas que me direcionem ao
alcance da plenitude do que eu sou, e que logo em seguida, doem-me seu melhor.
Logo, aos bons doadores que pelo meu ano passou e permanece,
sou grata e satisfeita, pois tornam real o que eu quero, quis e quererei.
Inspirada em Vitor Hugo Thimoteo Ramos.